Vazamento de gás causou
explosão em shopping de Osasco,em SP.
Tragédia em 11 de junho
de 1996 deixou 42 mortos e 300 feridos.
Com 20 anos, Bruno
Pereira da Silva tem cicatriz da explosão (Foto: Reprodução/TV Globo)
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eunafoto1.blogspot.com.br
No dia 20 de junho de 1996, uma explosão em um shopping de
Osasco, na Grande São Paulo, deixou 42 mortos e 300 feridos. Um dos resgates
mais emocionantes foi o de um bebê, que perdeu a mãe no acidente. Hoje com 20
anos, Bruno Pereira Silva é pai. "O que passei queria que meu filho não
sinta isso, que cresça comigo e com a minha esposa sempre ao lado dele".
Um vazamento de gás no subsolo causou a explosão.
"A perda da minha mãe fez muita falta e ainda faz",
disse Bruno. "Mas graças a deus tenho a companhia da minha vó que hoje
chamo de mãe". Odete Moreira, avó de Bruno, sente orgulho pela luta do
neto. "O que ele passou jamais outro aguentaria passar não".
O cabo Edson Mendes, do Corpo de Bombeiros, trabalhou no
resgate de Bruno. "A gente foi tateando. Acabei achando um pacotinho, um
pacotinho que fazia barulho e chorava". Ele contou que sua viatura foi a
primeira a chegar no local. "Como se tivesse explodido uma bomba lá
dentro". "Fica na memória para o resto da vida", disse sobre a
tragédia.
Outra sobrevivente foi Lúcia Regina da Silva, ela estava
almoçando com duas amigas quando aconteceu a explosão. "Dia 11 do seis de
1996, uma terça-feira, meio dia e 15. A minha vida mudou pra sempre". Ela
ficou soterrada até ser encontrada pelos bombeiros. "A parte que mais
ficou marcada foi ficar enterrada, no desespero. E é tudo muito rápido, é uma
questão de segundos... e ao mesmo tempo não é um segundo, é uma eternidade".
Indenizações
Segundo Marcelo Zanotto, um dos acionistas do Osasco Plaza
Shopping, foram feitos mais de 400 acordos com as vítimas e os familiares das
42 pessoas mortas. “Quase todos os acordos foram judiciais, alguns
extrajudiciais. As indenizações ainda não foram totalmente encerradas. Tem
poucas, mas ainda tem”, explica.
À época, uma ação civil pública, proposta pelo Ministério
Público, pedia a indenização de todas as vítimas do acidente. Quatro anos
depois, em 2000, a Justiça determinou que o centro comercial pagasse o valor de
R$21 milhões às famílias. Zanotto revela que essa ação foi “esvaziada”, pois só
contemplava as vítimas que não tinham aceitado acordo ou entrado com ações
individuais.
“Eles venceram a ação, mas as vítimas entraram com ações
individuais e foram feitos acordos. Ela não foi utilizada, todos tinham entrado
com ações individuais. No fim das contas, não contemplou ninguém.”
Zanotto ainda afirma que o grupo de acionistas – formado por
quatro empresas societárias – empenhou cerca de R$ 60 milhões com as
indenizações e R$15 milhões para ajudar a custear cirurgias, e tratamento
psicológico.
De acordo com o sócio, o montante, somado ao valor gasto para
reconstruir o shopping, corresponde a cerca de seis anos do lucro do centro
comercial. “Só a parte de vítimas consumiu quatro anos do resultado total. A
reconstrução foi mais um ano. Perdemos cerca de seis anos do lucro todo da
empresa”, contabiliza.
Uma ação movida pelos donos do Osasco Plaza Shopping contra a
Ultragaz tramita na Justiça há 15 anos – e segue em primeira instância. Os
sócios defendem que a responsabilidade da tragédia é da companhia de gás.
“Queremos receber de volta uma parte do prejuízo. Não foi determinado o valor
porque queremos ter a decisão para fazer o cálculo.”
Fonte G1

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