Postagem:
eunafoto1.blogspot.com.br
Max Weber dizia que o Estado tem o monopólio do uso legítimo
da força.
Entretanto, o governo sem voto que sucede a presidenta eleita
não têm legitimidade alguma. Falta-lhe a credibilidade que só o voto soberano
do povo pode conferir.
A frente do que talvez seja o pior ministério da história da
república, um conjunto mal ajambrado para recompensar golpistas, composto só de
homens brancos e ricos, alguns investigados pela Justiça, o governo usurpador
só conseguirá se manter com a força ilegítima da repressão contra
trabalhadores, movimentos sociais e defensores da democracia golpeada.
Trata-se de um governo natimorto, com breve prazo de
validade.
Por isso, já articulam um julgamento expedito da presidenta
inocente. Sabem que o tempo conspira contra eles e, assim, vão tentar
condená-la a jato, adotando a mesma estratégia que, no Paraguai, usaram contra
o presidente Lugo. Tentarão esconder, em vão, o que o mundo já sabe: não há
crime. Tentarão ocultar, em vão, o que o mundo já conhece e proclama hoje em
suas manchetes: é golpe.
No ínterim, tentarão também adotar as medidas prometidas a
banqueiros, empresários e a interesses estrangeiros. As medidas da pinguela
para o passado, que pretende, de um só golpe, acabar com os legados sociais de
Lula, Ulysses Guimarães e Getúlio Vargas.
No cardápio, redução do salário mínimo, diminuição de
aposentadorias, pensões e outros benefícios previdenciários, desvinculação das
receitas orçamentárias obrigatórias para saúde e educação, erosão da proteção
trabalhista, entrega do pré-sal e privatização de "tudo o que for
possível". Inclui-se também, como sobremesa, a volta do foco estreito das
políticas sociais, as quais passariam a atingir somente os 5% mais pobres, para
que a fome volte a atingir 36 milhões de brasileiros e 12 milhões de crianças
que estão agora no Bolsa Família saiam das escolas e voltem às ruas.
Trata-se de cardápio tão indigesto que jamais seria aprovado
nas urnas. É necessária essa eleição indireta do golpe, assegurada por uma
maioria parlamentar circunstancial, para que tudo isso seja jogado goela abaixo
do povo.
Será uma grande tragédia que aprofundará a crise política do
Brasil.
Mas tragédia maior será a dos golpistas. Em sua arrogância de
quem julga poder prescindir do povo, em sua vaidade de golpistas bem-sucedidos,
eles acreditam que venceram. Na realidade, já estão derrotados.
As aparências enganam. Na ópera-bufa do golpe tudo está
invertido. Golpe vira impeachment. Honestidade vira crime. Retrocesso vira
progresso. Passado vira futuro.
Governo de perdição nacional vira governo de salvação
nacional. Brutalidade golpista vira conciliação.
Na ópera-bufa do golpe, os verdadeiros derrotados viram
falsos ganhadores.
Pois sempre ganha quem fica ao lado do povo e sempre perde
quem atenta contra a democracia.
No julgamento definitivo da História sobre este dia de
infâmia, serão cobertos de glória os aparentemente derrotados e imersos em
vergonha eterna os falsos ganhadores.
Ganhou quem defendeu a democracia, perderam, para sempre, os
golpistas.
Perderam, principalmente, os autores do golpe.
Politicamente Cunha já morreu e Temer, sem voto, agoniza com
sua total falta de legitimidade e credibilidade. Enfrenta também o suplício que
Dante reservou aos que estão no Lago Cocite, o nono círculo do Inferno. Não
convence ninguém.
Já Dilma, mesmo afastada, começa a renascer como a mártir
honesta da democracia golpeada. Sua dor de inocente injustiçada convence e
inspira.
Entre os dois presidentes, não há dúvida sobre quem a
História e o povo escolherão.
Os que defendem a democracia estão sempre certos. Na memória
do povo, estarão sempre vivos.
Fonte: BRASIL 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário