De vice “decorativo” a
presidente do Brasil, Michel Temer assume por até 180 dias. Peemedebista já
havia preparado discurso de posse em abril. Conheça sua trajetória
De vice “decorativo” a presidente,
Temer assume por até 180 dias
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Trinta e cinco anos após se filiar ao Partido do
Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), Michel Temer chega hoje (12) ao maior
posto da República brasileira.
Provisoriamente, por até 180 dias, Temer responderá
pelo cargo de presidente do Brasil, após a abertura do processo de afastamento
de Dilma Rousseff ter sido aprovado no Senado. Michel Miguel Elias Temer Lulia
nasceu em Tietê (SP) no dia 23 de setembro de 1940 e é o caçula de oito irmãos.
Vice-presidente de Dilma desde o primeiro mandato,
Temer foi responsável pela articulação política do governo, com a saída de Pepe
Vargas da Secretaria de Relações Institucionais, no início de abril de 2015.
Apesar de fazer parte do governo, nos últimos meses, viveu uma relação conturbada
com Dilma. Em agosto, anunciou a saída da coordenação política.
Em dezembro, Temer escreveu uma carta em que se
dizia “vice decorativo” e que não era ouvido pela então presidenta. À época,
Dilma disse não ver motivos para desconfiar “um milímetro” de Michel Temer. Ela
destacou ainda que não só confiava como sempre confiou nele e que o
vice-presidente sempre teve um comportamento “bastante correto”.
Em março deste ano, o PMDB decidiu deixar a base do
governo para apoiar o processo de impeachment que tramitava na Câmara dos
Deputados.
Já em abril, na mesma semana da votação no plenário
da Câmara da admissibilidade do processo de impeachment de Dilma, Temer enviou
uma mensagem de voz a parlamentares do PMDB em que falava como se estivesse
prestes a assumir o governo após o afastamento de Dilma. O áudio, de cerca de
14 minutos, dá a impressão de ser um comunicado dele ao “povo brasileiro” sobre
como pretende conduzir o país, de forma transitória ou não. Depois das
primeiras repercussões da mensagem nas redes sociais, a assessoria de Temer
informou que o áudio foi enviado por engano a um grupo de deputados do partido.
No dia seguinte, Dilma disse que havia um golpe em
curso contra o seu governo e, sem citar nomes, fala em “chefe e vice-chefe do
golpe”, referindo-se a Michel Temer e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), até então
presidente da Câmara dos Deputados.
Trajetória política
Foi como oficial de gabinete de Ataliba Nogueira,
secretário de Educação do governo de São Paulo, em 1964, que Michel Temer
iniciou a carreira política. Sua filiação partidária ocorreu décadas depois, em
1981, ao assinar a ficha do PMDB, partido do qual nunca se afastou. Em 1983,
foi nomeado procurador-geral do Estado de São Paulo no governo do
correligionário Franco Montoro. No ano seguinte, assumiu a Secretaria de
Segurança Pública de São Paulo, cargo que também ocupou no início dos anos 90.
Sua atuação como secretário de Segurança foi marcada
por ações inovadoras. Temer criou os conselhos comunitários de Segurança
(Conensegs) e, após receber uma comissão que denunciava o espancamento de
mulheres e o descaso de autoridades com os crimes, instituiu a . Também criou a
Delegacia de Proteção aos Direitos Autorais, instrumento de combate à
pirataria, e a Delegacia de Apuração de Crimes Raciais.
Em 1986, foi candidato a deputado federal pelo PMDB
de São Paulo, mas, com os 43.747 votos obtidos, ficou com a vaga de suplente.
Em 16 de março de 1987, assumiu o primeiro mandato na Câmara, com a licença do
deputado Tidei de Lima e se tornou constituinte. Na segunda eleição, em 1990,
Michel Temer também ficou com a suplência, registrando 32. 024 votos.
Em 1992, no governo de Luiz Antônio Fleury em São
Paulo, voltou à Secretaria de Segurança seis dias após o Massacre do Carandiru.
Naquela ocasião, uma intervenção da Polícia Militar no Pavilhão 9 da Casa de
Detenção, para conter uma rebelião, provocou a morte de 111 detentos.
Influência política
Temer exerceu seis mandatos como deputado federal.
No pleito de 2006, com 99.046 votos, foi eleito com o menor número de votos
entre os três parlamentares do PMDB que conquistaram vaga na Câmara. Antonio
Bulhões obteve 109.978 votos e Francisco Rossi de Almeida, 106.272.
Em 2009, foi apontado pelo Departamento
Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) como parlamentar mais influente
do Congresso Nacional. “Michel Temer é um político experiente, de boa formação,
habilidoso na articulação com os agentes públicos de modo geral e com os demais
poderes quando exerce a função de chefe de poder. É um parlamentar que conhece
a real importância do diálogo, da negociação e isso pode ser um diferencial
neste período à frente da Presidência da República”, disse Antônio Augusto,
jornalista e analista político do Diap.
Temer foi eleito três vezes para a presidência da
Câmara (1997, 1999 e 2009). Na condição de presidente da Casa, assumiu a
Presidência da República interinamente por duas vezes: de 27 a 31 de janeiro de
1998 e em 15 de junho de 1999 (governo do ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso)
No PMDB, foi presidente do Diretório Nacional de
2001 ao fim de 2010. No ano seguinte, licenciou-se do posto ao assumir a
Vice-Presidência da República. Em 2013, ele voltou ao posto, eleito por
unanimidade. Após a saída do PMDB do governo em março, em meio às discussões do
impeachment da presidenta Dilma Rousseff, Temer licenciou-se da presidência da
legenda e deu lugar ao senador Romero Jucá (PMDB-RO).
Formação
Formado em direito pela Universidade de São Paulo
(1963), Temer é doutor em direito pela Pontifícia Universidade Católica (PUC)
de São Paulo. O presidente em exercício também atuou como professor de direito
em 1968. Sua carreira acadêmica estendeu-se até 1984.
Temer é autor dos livros Constituição e Política,
Territórios Federais nas Constituições Brasileiras e Seus Direitos na
Constituinte e Elementos do Direito Constitucional, esse último na 24ª edição,
com mais de 200 mil exemplares vendidos.
Intimidade
A intimidade do presidente empossado nesta
quinta-feira sempre foi preservada. Apesar do reconhecido traquejo político,
Michel Temer manteve-se discretamente nos bastidores do poder.
Com a publicação de seu livro de poemas Anônima
Intimidade, em 2013, deixou de lado o perfil reservado de político e expôs
traços de sua natureza íntima. Na ocasião, contou que a obra foi escrita
durante viagens entre a residência pessoal e reduto eleitoral, em São Paulo, e
a capital federal. Temer afirmou que os versos eram “imortalizados em
guardanapos”.
Temer é casado há 13 anos com Marcela Temer, com
quem tem o filho Michel. Também foi casado com Neusa Popinigis (sem filhos) e
com Maria de Toledo, com quem teve três filhas: Clarissa, Luciana e Maristela.
Também filiada ao PMDB, Luciana Temer é secretária
municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo, na gestão do
prefeito Fernando Haddad (PT).
Fonte:Agência
Brasil
Pragmatismo
Político
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